domingo, 8 de agosto de 2010

A joalheira

Tinham ouvido falar de uma mulher que sabia o segredo dos namorados, maridos e amantes. Sabia como agradar as companheiras dos rapazes e era comumente procurada nas datas comemorativas comerciais. Dia dos Namorados e aniversários de relacionamento. Era a vendedora de jóias. Tinha oura e prata, diamante e cristal, acessórios e adornos em jóias dos mais variados tipos, para qualquer gosto feminino.
Um marido indicado por outro homem foi à vendedora mandar fazer duas jóias: uma para a amante, outra para a esposa. Suas encomendas foram atendidas e, antes disso, aperfeiçoadas com os conselhos da joalheira com a intenção defendida de futuro agrado às presenteadas.
O sucesso entre os apaixonados e os dos mantenedores de funções afetivas se difundia. E a vendedora expandia a sua lista de clientes. Cada mimo, cada oferta banhada a ouro ou prata tinha sua peculiaridade. Mas não tinha, por parte dela, a intenção do agrado ao comprador e à ofertada. A vendedora de jóias identificava as presentadas por seus adornos. Sabiam quem eram as amantes, as esposas recatadas, as recém-casadas, as namoradinhas, por cada bracelete extravagante, colar de pérolas, pulseira de continhas ou brincos singelos.
A detetive Rubi tinha uma clientela fiel. Usualmente era contactada por mulheres as quais procuravam saber quem seus amores presenteavam. Elas, malvadas, procuravam manter-se presenteadas, de acordo com seus gostos, pouco importava a concorrência afetiva. Não importava.