quinta-feira, 6 de maio de 2010

De um observatório distante

Há uma semana ela dizia que eram feitos um para o outro. Eram fotografias, declarações, plágios musicais, coisas de amor. Passaram dias e as coisas foram desaparecendo. As gaivotas tomaram rumos além do horizonte. Talvez ele estivesse ocupado com esquadros e plantas. Talvez ela estivesse pré-ocupada com burocracias e papéis. Com papéis de xerox, com coeficientes de rendimento, com coisas que não dissessem respeito ao mundo dos dois. E parece que o mundo dos dois agora era separado. A retrospectiva do tempo que passaram juntos agora faz parte de um passado aproveitado e com pouca relevância presente; momentos que trouxeram alegrias, concretas e abstratas, e agora trazem lembranças agradáveis e angustiantes de ter acabado. Momentos que, para recordar, trouxeram fotos. Mas agora, no cotidiano da lembrança não trazem mais fatos.

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